Utentes do Viver Activo foram ao Porto servir de talismãs a Portugal

Às três horas em ponto, lá partiu o autocarro rumo a Norte. Lá dentro, cinco dezenas de utentes do programa Viver Activo, e t-shirt verde vestida com alusão à Cidade Europeia do Desporto, preparavam-se para uma experiência inolvidável.

Sim, ontem foi um dia muito feliz para o futebol português, com a vitória da Seleção Nacional de futebol sobre a Turquia que colocou Portugal um passo mais perto da qualificação para o Mundial.

E quem é que lá estava para assistir na primeira fila aos feitos de Bernardo Silva e Diogo Jota?

Esses mesmo: os elementos dos núcleos da Maceira, da Bajouca e da Caranguejeira daquele programa municipal que promove a atividade física junto da população sénior.

Na viagem para o Porto já se afinavam as vozes: “Portugal! Portugal!” Não seria por falta de apoio que a vitória não aconteceria.

Também se cantavam músicas tradicionais e contavam-se anedotas, porque todos estes rapazes e raparigas, desde a dona Celeste e a dona Gracinda, da Maceira, passando pela dona Maria Rosa e pelo senhor Luís, da Bajouca, e acabando no senhor Adelino e no senhor José Elias, da Caranguejeira, são mesmo muito bem dispostos.

Claro que o farnel não podia faltar, as garrafitas de tinto e de sumo, o arroz de frango, o rissol e o croquete continuam a ser alguns dos melhores aliados nestas situações.

Aproximava-se a hora do pontapé inicial e a comitiva instalava-se atrás de uma das balizas. Para alguns, era a primeira que entravam num estádio de futebol das dimensões do Estádio do Dragão, ainda por cima num momento daquela importância.

O facto do conterrâneo Rui Patrício não jogar foi assunto de conversa entre os entendidos.

Levantaram-se e entoaram A Portuguesa a plenos pulmões. Depois, com as emoções do jogo, cantaram, gritaram, festejaram os golos e o penalty falhado pela Turquia como se de um golo também se tratasse.

O jogo terminou e Portugal segue e frente. Abraçaram-se uns aos outros, emocionados com o momento, extasiados pela oportunidade.

“O meu filho está a perguntar-me se o Cristiano Ronaldo jogou”, atirou uma senhora, esperando por respostas. Dizem-lhe que sim, que era o número sete.

Seguem, felizes, para o autocarro. Ainda têm uma longa viagem até Leiria para fazer. Se estão cansados nem se nota.

“Seria bom se pudéssemos vir ver o jogo de terça-feira. Vai ser decisivo”, dizem os mais versados. Todos concordam. Pois era, mas é impossível tratar de toda a burocracia em tempo útil.

O senhor João Gil, utente da Maceira, fala por todos com o coração. “Foi formidável e nunca vou esquecer. Estou muito agradecido a todos que tornaram este momento possível.”

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