São quatro leirienses à conquista do Mundialito de futebol de praia

A Seleção Nacional de Futebol de Praia é a mais bem-sucedida representação nacional portuguesa, com (bem) mais de duas dezenas de títulos internacionais conquistados.

Só Mundiais ganhou três (2001, 2015 e 2019), Ligas Europeias já foram oito e Mundialitos são nada menos do que sete a constar no currículo.

Ora, é precisamente essa competição que Portugal começa a disputar esta quinta-feira, nas Canárias, como sempre tendo como objetivo a vitória final.

E, curiosamente, nesta representação nacional fazem parte quatro orgulhosos cidadãos de Leiria: além dos jogadores André Lourenço e Bernardo Lopes, também integram a comitiva o técnico Luís Bilro e o fisioterapeuta Luís Nascimento.

Num concelho com apenas uma praia, o facto de surgirem futebolistas de qualidade nesta variante muito tem que ver com a aposta feito pelo Grupo Recreativo Amigos da Paz (GRAP), dos Pousos.

“Sempre fez uma aposta séria nesta vertente”, inclusive com a construção de um campo de areia, explica Luís Bilro, há muito treinador-adjunto de Mário Narciso e responsável pelo treino de guarda-redes, uma especialidade que aprendeu a gostar, para a qual se preparou e agora orienta aquele que foi considerado por duas vezes o melhor do mundo, Elinton Andrade.

O técnico entende que trabalhar nesta modalidade é extremamente “aliciante” por estar “em desenvolvimento e com muito ainda por explorar”.

A antiga glória da União de Leiria considera que o que mais motiva os jogadores a alinhar nesta vertente é o facto de, chegados à seleção, estarem “enquadrados em estruturas de topo”, o que lhes faz repensar o regresso ao futebol de relva e a quadros competitivo intermédios.

“Joga-se sempre pelos primeiros lugares e num âmbito de sucesso. Aqui, está-se para ganhar e para se ser o melhor e isso é fundamental para que a continuidade na modalidade seja aliciante, até porque se trabalha com os melhores do mundo, e está-se na ribalta com direito a atenção dos órgãos de comunicação social.”

Mas falemos dos nossos jogadores. André Lourenço, de 26 anos, foi o primeiro a chegar à seleção, há quatro anos, ainda representava o GRAP.

Ainda não tinha um ano da modalidade quando foi chamado pela primeira vez por Mário Narciso. Hoje, soma 66 internacionalizações.

Enverga a camisola do Sporting de Braga, “o Real Madrid do futebol de praia”, e já conquistou tudo o que havia para conquistar com a camisola das quinas e dos guerreiros do Minho.

“Não tenho um dom, jogar à bola toda a gente joga, o que mudou foi saber aproveitar a oportunidade”, garante-nos.

Já Bernardo Lopes, de 25 anos, chegou há menos tempo, há um ano, ainda com a camisola do clube dos Pousos, como André. Ele que não falhava um daqueles quentinhos torneios de Verão na Praia do Pedrógão.

Hoje, já com 15 internacionalizações, está na Casa do Benfica de Loures, equipa que acaba de destronar os bracarenses como titulares da Euro Winners Cup, a Liga dos Campeões de futebol de praia.

“Quero aproveitar o que o futebol de praia me tem dado e tentar fazer sempre melhor.”

A fechar o grupo, aquele que muitos apelidam de “mãos de ouro”. Dizem que Luís Nascimento, outro com o pescoço cheio de medalhas, faz milagres, que torna a vida do jogador de futebol de praia muito menos dolorosa.

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