Regressaram aos pontapés na bola, mas a rivalidade foi trocada por sorrisos

Durante o boom do associativismo que ocorreu logo após o 25 de abril de 1974, o futebol federado foi praticado por nada menos do que 14 clubes na freguesia da Maceira.

Hoje, porém, o número está reduzido, com a Maceirinha, no futebol, e o Arnal e a Pocariça, no futsal, a serem os que se mantêm ativos nas competições da Associação de Futebol de Leiria.

Mas saudosistas com os ex-desportistas são, e até porque no tempo deles “é que era”, Luís Santana resolveu impulsionar o regresso ao ativo de muitos destes jogadores, “dos quarenta e muitos aos setenta e tais”, que espalharam magia pelos pelados da freguesia.

O pretexto encontrado foi homenagear Henrique Sommer, figura superlativa na localidade e conhecido como o pai da indústria cimenteira em Portugal.

É que passe o tempo que passar, jogar à bola é como andar de bicicleta: “quem sabe nunca esquece”. Mais barriga menos barriga, mais cabelo menos cabelo, praticar futebol nunca terá segredos para esta rapaziada. Agora, a disponibilidade física, essa sim, “já teve melhores dias”.

Luís Santana, que foi presidente da Pocariça, mas no torneio de veteranos joga pela Casa do Pessoal (na foto principal), onde se formou, foi falando com elementos dos vários clubes e percebeu que havia pernas para andar com um torneio, de preferência no relvado sintético da Escola Henrique Sommer.

Sempre foi o que mais gostaram de fazer. Oito emblemas disseram que sim: Maceirinha, Arnal, Pocariça, Casa do Pessoal, Porto Carro, Telheiro, Vale Salgueiro e Cavalinhos. Foi criado um comité com elementos de todos as associações para organizar a prova.

Para a próxima, sim, porque já há vontade de avançar com um campeonato em setembro, ficaram Arneiro, Sporting da Maceira, A-do-Barbas, Costa, A-dos-Pretos e Escola da Maceira.

Os jogos da Taça Henrique de Araújo, “de futebol de seis”, começaram no dia 4 de junho e tem sido “maravilhoso”. O tempo cura as rivalidades entre as localidades vizinhas e entre jogadores que estiveram sempre do lado oposto.

“Há equipamentos que não saíam da prateleira há muitos e muitos anos e alguns destes clubes já nem têm campo de futebol”, conta Luís Santana.

E os árbitros, que também são da terra, teimam em não falhar.

Mais importante, nesta prova, é a “terceira parte”, momento que promove o convívio enquanto se assa um javali.

Esta quinta-feira, dia 16, pela manhã, jogam-se as meias-finais, entre a Maceirinha e os Cavalinhos, e entra a Casa do Pessoal e o Arnal.

A final está marcada para sábado à tarde, mas o vencedor já está encontrado. É a união demonstrada por esta freguesia.

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