Vontade de ganhar troféus levou Pedro Portela até Nantes. Agora, é um homem feliz

Pedro Portela está “encantado” com a vida em Nantes, uma cidade absolutamente apaixonada por andebol, com um “ambiente incrível” no pavilhão. Tanto, que o público é considerado “o melhor de França”.

O pavilhão está, pois, sempre repleto para assistir aos jogos do emblema da terra. São, por isso, 5.500 adeptos a torcer pelo Handball Club, uma “força brutal”, diz-nos o embaixador de Leiria, Cidade Europeia do Desporto.

Ainda por cima, joga agora por conquistar títulos e se na temporada passada venceu a Taça da Liga, este ano começou por ganhar o Trophée des Champions.

Esta espécie de Supertaça foi disputada este sábado, em Poitiers, frente ao todo-poderoso Paris Saint-Germain, comandado por Nikola Karabatic, um dos melhores de todos os tempos.

Pedro Portela em ação no Trophée des Champions, no passado sábado

Mas o Nantes foi mais forte, venceu por 37-33 e levantou o troféu. “Sabíamos que podíamos fazer frente e nunca deixámos de lutar. Jogámos bem, fomos eficazes e soubemos defender o jogo forte do PSG, alicerçado no ataque rápido e no jogo para o pivot.”

Apesar deste sucesso avassalador, os objetivos para a temporada que agora começou não mudam.

“Quando optei pelo Nantes foi por saber que podíamos ganhar competições, mas temos de ser realistas. Eles têm um orçamento de 13 milhões de euros”, diz-nos o canhoto de Leiria, de 32 anos.

“No campeonato queremos voltar a apurar-nos para a Liga dos Campeões, como no ano passado. Já na Liga dos Campeões, queremos passar a fase de grupos, apesar de nos ter calhado um grupo fortíssimo, com o Barcelona, Kiel, Kielce, Celje e Pick Szeged.”

A festa do HBC Nantes após o triunfo sobre o Paris Saint-Germain

Mas Pedro Portela é, também, uma das pedras basilares da seleção que mudou a história do andebol nacional após 14 longos anos de ausência das grandes competições internacionais.

Portugal começou por qualificar-se para o Europeu masculino. O sexto lugar, em Janeiro de 2020, foi logo a melhor classificação alguma vez obtida neste evento. Seguiu-se o Mundial, em Janeiro de 2021, e a equipa orientada por Paulo Jorge Pereira foi décima, uma vez mais a melhor posição alcançada neste evento.

Entretanto, chegou a qualificação para os Jogos Olímpicos, mais um mar nunca antes navegado pela nau do andebol nacional.

O segredo de Pedro Portela é, contudo, querer sempre mais. Este atleta olímpico, com 115 internacionalizações e 380 golos no currículo, quer continuar a pisar os palcos mais importantes.

Nesse contexto, tem o Mundial em janeiro do próximo ano, na Polónia e na Suécia, mas antes terá ainda de disputar em outubro deste ano, o arranque da fase de qualificação para o Europeu de 2024, ao qual não quererá faltar.

Pedro Portela defendeu Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021 (Foto: IHF)

E pensar que tudo começou no Académico de Leiria, há mais de um quarto de século. Nos intervalos dos jogos dos seniores do Académico de Leiria, onde o pai João era dirigente, saltava para dentro do campo para se agarrar à bola.

Depois, seguiu os passos do irmão Luís e começou a jogar. Passavam o tempo de bola na mão, a fintar arbustos e a marcar golos na casota do cão.

Com tanto talento e entusiasmo, rapidamente se destacou e o Sporting levou-o para Lisboa, ainda não era adulto. Após 11 temporadas à leão, seguiu-se em 2018/19, já em França, o Tremblay, e desde o início de 2021/22 o Nantes, onde se sente “feliz”.

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