Fazer a Rota da Ribeira das Carpalhosas é percorrer uma galeria de arte a céu aberto

Há uma gentil senhora, que ainda ninguém sabe quem é, que planta flores na Rota da Ribeira das Carpalhosas. Mais: não só planta como depois trata delas, rega-as e não deixa que mal algum lhes aconteça.

É este o espírito que fez deste projeto criado e dinamizado pela Associação Recreativa e Cultural Valpedrense um verdadeiro sucesso: “todos o sentem como seu”.

A obra começou há precisamente um ano, em junho de 2021, com o apoio do Município de Leiria, e em setembro, depois de um “trabalho incansável” de “dezenas e dezenas” de voluntários, já estava pronta.

Estamos a falar de uma rota pedestre e ciclável de 16 km que faz a ligação entre uma das nascentes da ribeira da Carpalhosa, na Bidoeira de Cima, até ao rio Lis, na Carreira, atravessando a freguesia de Souto da Carpalhosa. Depois, dali ao mar é um pulinho.

Uma grande empreitada que necessitou da autorização de 82 proprietários de terrenos, conta David Ferreira, presidente do Valpedrense.

Tem sido um “fenómeno de popularidade”, explica o responsável. Logo no dia da inauguração, por exemplo, a Rota da Ribeira das Carpalhosas foi percorrida por 560 pessoas e desde então o movimento não tem parado.

Mesmo no Inverno, as instalações do parque de merendas tiveram de permanecer abertas “e limpas”, tal a adesão. Tão grande, que “ainda no outro dia houve uma excursão de três autocarros.”

David Ferreira acredita mesmo que se tornou no “principal ponto de interesse” daquela região do concelho de Leiria.

Até porque, além dos méritos intrínsecos, a Rota tem sido cuidada e cada vez mais embelezada. “As pessoas das três freguesias que atravessa sentem-na como se fosse delas.”

É, pois, o local perfeito para promover a prática de atividade física, mas com muitos motivos de interesse adicional ao longo de todo o percurso, sempre acompanhados por códigos QR Code para que caminhantes e ciclistas possam saber mais.

Por outro lado, está pejada de pontos de geocaching para quem gosta de caças ao tesouro virtuais e continua a ser apetrechada. Há novos baloiços, está a crescer um túnel verde e nasceu um mini-parque de merendas em terrenos privado.

Mas é a arte que mais impressiona, como as várias pinturas e murais existentes no percurso, sejam na fachada de um moinho ou nos pilares da A17, onde foram imortalizadas as senhoras dos ranchos locais.

Outro dos pontos de grande interesse é uma imagem de Nossa Senhora pintada na pedra, uma obra da responsabilidade da artista local Gina Fernandes.

David Ferreira não tem dúvidas: “tornou-se numa rota bastante instagramável”, o que lhe dá bastante “visibilidade”.

Visibilidade comprovada pelos 350 inscritos na primeira edição do Raid BTT da Rota da Ribeira das Carpalhosas, que se realizará no domingo com o apoio de oito dezenas de voluntários.

Fotos: ARC Valpedrense

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