Anna Sutherland, a tenista promissora que escolheu Leiria para evoluir

Aos 17 anos, Anna Sutherland vive sozinha em Leiria. Foi há cerca de nove meses que a rapariga com pai escocês e mãe de Taiwan decidiu rumar à cidade, confiante de que a sombra do castelo lhe dará as ferramentas necessárias para vingar no duro e competitivo mundo do ténis.

É, pois, à procura de um lugar ao sol que treina a tempo inteiro na academia internacional dirigida por André Lopes, que fora formada pouco tempos antes, quando o treinador chegou de um longo período profissional no Médio Oriente.

O Racket Sports Club de Leiria (RSCL), localizado no Azabucho, Pousos, nasceu, pois, para cumprir um sonho antigo de André Lopes, ele que foi uma das maiores promessas que o desporto da região produziu, só foi travado pelas lesões.

Antigo técnico de Rui Machado, ex-número 59 do ranking mundial e das seleções de Portugal e do Qatar, queria fazer de Leiria um destino para atletas de competição. Após acolher vários estágios de atletas de renome, Anna Sutherland tornou-se na primeira atleta a tempo inteiro.

“Precisava de um novo lugar para treinar, pois o meu ambiente de treino não era saudável. Já conheço o André e a esposa Ekaterina há algum tempo e quando eu e os meus pais vimos que estavam a abrir a academia em Leiria, entrámos em contacto”, conta a atleta.

Anna mora longe da minha família desde os 12 anos. “Ensinou-me a ser independente e a amadurecer. Os meus pais confiam em mim e lembram-me sempre que me amam, apoiam-me e posso voltar para casa sempre que quiser.” Às vezes sente-se “solitária”, admite, mas não se queixa. “É a vida que escolhi.”

O dia a dia é de profissional. Treina no court duas vezes por dia e outras tantas no ginásio. Às 18 horas chega a casa e tem aulas online. “Tentamos que a academia internacional ofereça produtos diferentes”, diz André Lopes, que criou um pacote onde constam os treinos, acesso a fisioterapeuta e nutricionista, e também tem a opção de incluir alojamento e alimentação. “Um pai, que está longe, fica mais descansado e não tem de se preocupar com nada.”

É o facto de o clube “não ser gigante” que o torna tão atrativo e permite que “cada atleta tenha um tratamento individualizado consoante as qualidade e as necessidades que apresente”. “Agradeço muito o quão pequeno é”, sublinha Anna, se sente a “evoluir muito” e até já pensa em conseguir em 2022 o primeiro ponto para o ranking mundial

“É a tal possibilidade de ter algo deste género numa cidade pequena como Leiria que acreditei sempre  que era possível e agora se confirma”, diz o treinador, ciente de que este caminho exige esforço dos mais novos e investimento das suas famílias.

“Não tenho uma vida como a de uma adolescente normal, mas sabia que teria de me sacrificar se quisesse ser jogadora de ténis profissional”, completa Anna Sutherland, que gosta muito da tranquilidade, da segurança e de tudo ser próximo em Leiria.

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